sexta-feira, 9 de julho de 2010

O Tráfico de Drogas e o consumo em Petrópolis

Por Gisele de Oliveira


O tráfico de drogas ou entorpecentes é produzido em escala global, desde o cultivo em países subdesenvolvidos até seu consumo, principalmente nos países ocidentais, nos quais o produto final atinge um alto valor no mercado.
No Brasil, estudos mostram que só começaram a ter o controle do que era utilizado e comercializado no século XX a partir de 1921.
O consumo de drogas acarreta conseqüências sociais que envolvem crime, violência, corrupção, marginalidade, entre outros e por isso é proibida a comercialização destas substâncias.
Estudo efetuado pela Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro em dezembro de 2008, estimou que o tráfico de maconha, cocaína e crack no Rio fatura entre 316 e 633 milhões de reais por ano,
Um documento divulgado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2006 cita que no Brasil o narcotráfico “emprega” mais de 20 mil “entregadores” de drogas que em sua maioria são jovens de 10 a 16 anos que ganham salários de US$ 300 a US$ 500 por mês. Só no Rio de Janeiro, o narcotráfico vende por ano cerca de seis toneladas de drogas, faturando cerca de R$ 900 milhões, de acordo com a Polícia Civil carioca. Desse montante, quase R$ 600 milhões são faturados por diferentes facções criminosas.
Atualmente Petrópolis é uma das cidades que tem recebido grande quantidade de entorpecentes, o que preocupa muito a população, pois o número de assaltos e mesmo assassinatos está crescendo na cidade. Acredita-se que o tráfico tem levado grande parte dos jovens petropolitanos de classe média baixa para o uso e a venda das drogas para obter uma melhor qualidade de vida, devido ao lucro que a atividade gera.
Segundo o inspetor da 106ª DP, Celso Leal, o aumento do consumo de drogas na cidade é o causador de tantas apreensões no início desse ano ”Posso declinar que em média fazemos um flagrante de tráfico por semana na nossa área circunscricional. Aqui não há bocas de fumo armadas ou formalmente estabelecidas, que apontem para um grupo criminoso, seu chefe e grupo de marginais. O que há são inúmeros pequenos traficantes, que se deslocam até as favelas cariocas e sobem a serra com cargas de entorpecentes” afirma.
A polícia não tem dúvidas de que a BR-040 é o principal caminho do tráfico para Petrópolis. A rota da droga começa no Morro da Mangueira e no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro e nas comunidades de mangueirinha e do lixão em Duque de Caxias e sobe a serra pela BR-040 entrando na cidade pelos Pórticos do Quitandinha e do Bingen e também pelo acesso aos bairros e distritos na estrada.
Os traficantes mudam sempre o meio de transporte, a droga chega à cidade de carro, táxi e até de motocicletas, mas as últimas apreensões foram feitas nos ônibus intermunicipais. Foi assim que a policia militar fez a maior apreensão do ano, 2 kg e meio de pasta de cocaína e na semana passada prendeu um homem com 650 papelotes da droga no ônibus que vinha de Duque de Caxias.
A Polícia Militar fechou o cerco e houve aumento da comercialização das drogas este ano, 63 pessoas foram autuadas por tráfico entre janeiro e março de 2010. O comandante do 26º Batalhão da Policia Militar (Petrópolis), coronel Antônio Henrique Oliveira, disse que a PM faz rondas 24 horas por dia, mas não tem como estar em todos os lugares ao mesmo tempo, por isso ele conta com a colaboração da população e pede para que façam as denúncias. “É uma linha de rotatividade alta então não tem como fazer uma fiscalização onde não haverá a possibilidade de passar algo despercebido” afirma.