sexta-feira, 9 de julho de 2010

Clínica de reabilitação em Petrópolis



Por Gisele de Oliveira


Em Petrópolis existe uma clínica a nível particular para dependentes química chamada CTR (Comunidade Terapêutica Resgate Família), localizada na Posse, que recebe cerca de 30 internos que farão tratamento para se libertar do mundo das drogas ilícitas como Crick, Cocaína, maconha etc. e também das drogas lícitas como o álcool e o cigarro.
Cobrando uma mensalidade de R$ 800,00 mensais a clínica oferece o auxílio de psicólogas que acompanham o tratamento dos internos dando suporte para que não desistam do tratamento.
Essas profissionais realizam o trabalho de Registro de Eventos Significativos (RES), onde procuram saber dos internos o que eles estão sentindo, como está sendo o processo de desintoxicação, e através deste, elas podem fazer uma avaliação de como está o andamento de recuperação de cada um.
Na parte da manhã os internos assistem palestras sobre os vícios, fazem um momento de leitura da Palavra de Deus (sem vínculo com nenhuma instituição religiosa) e a tarde eles fazem a labroterapia, manutenção das dependências da clínica e após o trabalho eles ficam livres para nadar, jogar sinuca, malhar etc.
No quadro de internos existem homens de diferentes classes sociais, pessoas sem estudos e até mesmo graduadas. O nível de faixa etária varia bastante, desde adolescentes de 15 anos até idosos de 60 anos. Dentre esses 50% tem idade de 19 a 30 anos, 20 % Menores de 18 anos e 30 % de 30 a 60 anos. Segundo dados do CTR.
O tratamento dura cerca de cinco meses, porém se o interno ainda não estiver se sentindo seguro para sair da clínica ele poderá ficar o tempo necessário para se readaptar na sociedade. Para isso a clínica trabalha com o modo de readaptação que começa depois de 3 meses de tratamento. O interno poderá sair na sexta-feira e retornar na segunda-feira, indo para casa de seus familiares. Se este retornar tendo uma recaída ele será aconselhado a ficar um mês a mais em tratamento. No caso de menores de idade só saem na companhia dos responsáveis.
Felipe Weinschutz trabalha no CTR como coordenador da clínica e já fez parte do grupo de internos da mesma. Atualmente ele está completando 11 meses no trabalho. Usuário desde os 15 anos, ele contou que começou usando álcool e aos 16 conheceu a cocaína. Passados 10 anos ele começou a usar Crack. Ele conta que o CTR o ajudou muito a se livrar do vício “O CTR foi tudo na minha vida. Já havia perdido o emprego e fiquei preso uma semana por causa de drogas e bebidas, pois quebrava o patrimônio das pessoas e fui pego. Assim que saí da delegacia percebi que não queria mais passar por aquela situação e decidi pedir ajuda a minha família.”.
Quando ele se depara com pessoas no estado em que ele se encontrava afirma sentir compaixão “ Já passei por isso e sei como é. A gente vive como escravo, não quero mais voltar para essa situação”.
Para manter o vício da cocaína ele diz já ter roubado dinheiro dos pais e quando não encontrava o dinheiro, pedia fiado na boca de fumo. “Já vi conhecidos morrerem por fugir de policiais e também por dever na boca de fumo. Não tem jeito a necessidade de ter a substância é maior do que qualquer coisa” afirma.
Quando chegam ao fim do tratamento os internos são aconselhados a procurar um centro de apoio, como Igrejas, AA (Alcoólicos anônimos) ou o NA (Narcóticos Anônimos), que os ajudarão a se manter limpos das substâncias químicas e serem reinseridos na sociedade.